Mama!

Antes de qualquer coisa, gostaria de me desculpar pela demora a escrever algo. Vamos evitar justificativas injustificáveis e vamos ao que interessa.

Em tempos onde vampiros brilham em corpos de cristais tornando-se protagonistas de romance (e não de terror), demônios brincam de pular de corpo em corpo transformando filmes que deveriam ser de terror em filmes “no sense”, eis que o aclamado Guilermo Del Toro nos brinda com “Mama”, um retorno aos bons tempos.

Mama, literalmente, conta a história de duas garotinhas que, deixadas pelo pai, sobreviveram na floresta por cinco anos sob a proteção do espírito que titula o filme. A trama torna-se tensa quando as garotas são encontradas por seu tio e adotadas por ele e sua namorada, o que deixa Mama bastante “insatisfeita”.

O filme tem tudo que um filme de terror precisa para ser, no mínimo, bom. O clima sombrio (tom escuro na imagem, som ambiente progressivo e intenso, diálogos bem pausados e preparados); os sustos bem articulados; a tensão constante; a história bem escrita e diferente do feijão com arroz que já passa batido no cinema.

O elenco funciona bem. Nikolaj Coster-Waudal (o maquiavélico Jaime Lannister de Game of Thrones) é Lucas, o tio das garotas e pouco mostra para que está lá. Jessica Chastain é Annabel, a namorada roqueira gótica de Lucas, que apesar de não fazer sua melhor atuação, consegue transmitir modestamente a situação de conflito em que se encontra na história. O destaque, no entanto, vai para Isabelle Nelisse (que não deve ter mais que 5 anos), interpretando muito bem a pequena Lily.

É difícil explicar porque “Mama” é tão bom e evitar spoilers, ao mesmo tempo. Para entender o que há de tão bom em “Mama” não basta ler uma crítica, ver um trailer... É preciso comparecer e “ver com os próprios olhos". Este é um comentário que ficará extremamente vago, mais que todos que já escrevi, mas tudo que se pode dizer é que toda boa expectativa que pode ter sido criada em torno do filme, será atendida com louvor.

O filme agrada por diferentes motivos a diferentes espectadores de filme de terror. Ele serve aos que gostam de ver a “criatura”, serve aos que focam na trama, serve aos que se interessa por conflitos, serve aos que observam o ambiente, serve aos que deliram com “sacadas sinistras” e serve, sobretudo, a quem, inexplicavelmente, gosta de ir ao cinema se assustar. Eu particularmente me enquadro em todas categorias acima e é por isso que eu gostei MUITO do filme!